Acredita-se que o pão tem mais de 12.000
anos e é desde essa altura um alimento essencial a todos os povos e culturas,
devido ao seu elevado valor nutricional. Pode até dizer-se que a sua origem e
evolução acompanham a História da Humanidade, já que é tido como a base da
alimentação de inúmeros povos e já houve alturas em que mobilizou revoluções.
Apesar
das diferenças entre pães, a base da sua confecção é a mesma: água, farinha (de
vários tipos, px: centeio, espelta, trigo, etc) , fermento e sal, mas também
podem conter gordura, sementes, frutos secos, entre outros ingredientes.
A
sua composição nutricional vai depender do tipo e grau de refinação da farinha
em questão, do enriquecimento em determinados nutrientes e da adição do tais
ingredientes.
Independentemente
do tipo de pão, todos eles se caracterizam por serem ricos em hidratos de
carbono (predominantemente amido), que são responsáveis pelo fornecimento de
energia, essencial para o bom funcionamento do organismo. Dependendo do tipo de
farinha utilizada, podem ser óptimos fornecedores de fibra, ajudando assim a
regularizar do transito intestinal.
É
fornecedor de proteínas de origem vegetal (8 a 10%), é rico em vitaminas do
complexo B (B1, B2, B6 e niacina), magnésio, fósforo, potássio e sódio e
normalmente tem um baixo teor de lípidos, isto de forma geral, já que irá
depender muito dos ingredientes utilizados.
O facto de alguns pães conterem bastante sal
pode ser um ponto negativo a seu favor, mas actualmente em Portugal encontra-se
em vigor uma lei que determina que estes não pode ter valores superiores a 1,4g
de sal por 100g de pão. Apesar de o valor ainda ser elevado, já é uma melhoria
e existem pães à venda que tem baixos valores incorporado.
As principais razões pelas quais devemos
incluir pão na nossa alimentação são:
- Fornecer energia;
-
Melhorar
trânsito intestinal (se for de farinha integral e tiver sementes associadas);
-
Facilitar
a manutenção de um peso saudável, já que promove sensação de saciedade durante
um maior período de tempo;
-
Regular
os níveis de açúcar no sangue, já que permite uma absorção mais lenta dos
nutrientes;
-
Melhorar
a saúde cardiovascular;
-
Aumentar
o rendimento físico e intelectual;
-
Evitar
monotonia alimentar, já que pode ser consumido de diversas formas;
- Boa relação qualidade/preço do ponto de
vista nutricional.
Um dos mitos mais disseminados é o de que
o pão engorda, o que é não é correcto. O pão por si só não nos faz aumentar de
peso, vai sim depender muito do tipo e da quantidade que é ingerida e
principalmente dos alimentos que acompanhamos com o pão. Mas há que ter em
conta que como um dos principais alimentos fornecedores de energia, a sua
ingestão deve ser sempre adequada às necessidades energéticas e alimentares de
cada pessoa. Com conta, peso e medida, o pão poderá ser um óptimo aliado da
perda de peso, pois é preferível a bolachas, bolos, tostas e afins, que se
caracterizam por ser ricas/os em açúcar e gordura e porque tem poder saciante,
tal como já foi referido. Como exemplo e curiosidade, um pão de 50g tem as
mesmas calorias que duas maçãs e tem 3 vezes menos calorias do que um
croissant.
Conselhos da Nutricionista:
Há que ter em conta que nem todos os pães
são iguais e que são preferíveis aqueles que são feito à base de farinhas
integrais ou misturas, tais como o de centeio, o de mistura, o de água, o da
avó, o prokorn em detrimento do branco, do de leite, da regueifa, do de
forma...
Devemos então optar por pães que são
confeccionados com farinhas pouco refinadas, que os tornam mais pesados, ao
invés dos que são confeccionados com farinhas muito refinadas, normalmente mais
leve e fofos, mas mais pobres do ponto de vista nutricional.
O pão é um óptimo exemplo, de um dos
alimentos de eleição que pode constituir um pequeno-almoço saudável e
equilibrado, pois ajuda a regular a ingestão alimentar ao longo do dia através
da saciedade que promove.
Como curiosidade, comer pão ajuda a
melhorar o humor, já que estimula a produção de serotonina, a hormona responsável
pela sensação de bem-estar.
De salientar que pessoas que sofrem de
Doença Celíaca ou intolerância ao glúten não devem consumir pães de trigo e
variantes (Triticale, espelta, kamut, etc), de aveia, de centeio
e de cevada, pois todos estes possuem esta proteína.
Tal
como dizia o Dr. Emídio Peres (Pai dos Nutricionistas Portugueses) - Pão,
insubstituível mitigador da fome.