Páginas

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ágar-ágar, a gelatina vegetal

           

O Ágar-ágar também conhecido como Kanten é uma substância gelatinosa que provem de algas vermelhas existentes no Índico e no Pacífico. Sendo um produto de origem vegetal é preferido por vegetarianos e por pessoas que procuram um estilo de vida mais saudável. 
Pode ser utilizado na confecção de sobremesas (ex: gelatinas, pudim, compotas, gomas) ou em  pratos salgados como queijos vegetarianos. Basicamente o ágar-ágar é um óptimo gelificante/espessante utilizado em culinária.
            É constituído maioritariamente por fibras solúveis (cerca de 90%), minerais (ferro, potássio, cloro, iodo e fósforo), celulose e alguns aminoácidos.
Devido ao seu elevado teor de fibra,  é muitas vezes visto como um aliado na perda de peso, já que pode promover saciedade, mas também se sabe que pode funcionar como laxante. 
Relativamente à sua apresentação, podemos encontra-lo em pó ou em flocos.
            Uma curiosidade do ágar-ágar é que não necessita de ir ao frigorífico (só se viver num clima muito quente) pois quando é elevado a 85ºC, dissolve e começa a endurecer entre os 32 e os 40ºC, tornando-se gel. Com estas propriedades há que ter cuidado na sua preparação pois pode ficar um gel demasiado firme (se isto acontecer, leve novamente ao lume e acrescente mais água – mesmo fervido novamente não perde as suas propriedades). É por isto que a quantidade utilizada comparativamente a uma gelatina de origem animal é muito inferior.

Equivalência:

12 g de gelatina em pó neutra ou 6 folhas de gelatina equivalem a 4 g de ágar-ágar em pó.

1 folha de gelatina = 1 colher de chá de gelatina em pó, que equivale a 1/3 colher (chá) de ágar-ágar em pó.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

" Pão, insubstituível mitigador da fome"

Acredita-se que o pão tem mais de 12.000 anos e é desde essa altura um alimento essencial a todos os povos e culturas, devido ao seu elevado valor nutricional. Pode até dizer-se que a sua origem e evolução acompanham a História da Humanidade, já que é tido como a base da alimentação de inúmeros povos e já houve alturas em que mobilizou revoluções.
            Apesar das diferenças entre pães, a base da sua confecção é a mesma: água, farinha (de vários tipos, px: centeio, espelta, trigo, etc) , fermento e sal, mas também podem conter gordura, sementes, frutos secos, entre outros ingredientes.
            A sua composição nutricional vai depender do tipo e grau de refinação da farinha em questão, do enriquecimento em determinados nutrientes e da adição do tais ingredientes.
            Independentemente do tipo de pão, todos eles se caracterizam por serem ricos em hidratos de carbono (predominantemente amido), que são responsáveis pelo fornecimento de energia, essencial para o bom funcionamento do organismo. Dependendo do tipo de farinha utilizada, podem ser óptimos fornecedores de fibra, ajudando assim a regularizar do transito intestinal.
            É fornecedor de proteínas de origem vegetal (8 a 10%), é rico em vitaminas do complexo B (B1, B2, B6 e niacina), magnésio, fósforo, potássio e sódio e normalmente tem um baixo teor de lípidos, isto de forma geral, já que irá depender muito dos ingredientes utilizados.      
             O facto de alguns pães conterem bastante sal pode ser um ponto negativo a seu favor, mas actualmente em Portugal encontra-se em vigor uma lei que determina que estes não pode ter valores superiores a 1,4g de sal por 100g de pão. Apesar de o valor ainda ser elevado, já é uma melhoria e existem pães à venda que tem baixos valores incorporado.
As principais razões pelas quais devemos incluir pão na nossa alimentação são:

-       Fornecer energia;
-       Melhorar trânsito intestinal (se for de farinha integral e tiver sementes associadas);
-       Facilitar a manutenção de um peso saudável, já que promove sensação de saciedade durante um maior período de tempo;
-       Regular os níveis de açúcar no sangue, já que permite uma absorção mais lenta dos nutrientes;
-       Melhorar a saúde cardiovascular;
-       Aumentar o rendimento físico e intelectual;
-       Evitar monotonia alimentar, já que pode ser consumido de diversas formas;
-       Boa relação qualidade/preço do ponto de vista nutricional.

Um dos mitos mais disseminados é o de que o pão engorda, o que é não é correcto. O pão por si só não nos faz aumentar de peso, vai sim depender muito do tipo e da quantidade que é ingerida e principalmente dos alimentos que acompanhamos com o pão. Mas há que ter em conta que como um dos principais alimentos fornecedores de energia, a sua ingestão deve ser sempre adequada às necessidades energéticas e alimentares de cada pessoa. Com conta, peso e medida, o pão poderá ser um óptimo aliado da perda de peso, pois é preferível a bolachas, bolos, tostas e afins, que se caracterizam por ser ricas/os em açúcar e gordura e porque tem poder saciante, tal como já foi referido. Como exemplo e curiosidade, um pão de 50g tem as mesmas calorias que duas maçãs e tem 3 vezes menos calorias do que um croissant.

Conselhos da Nutricionista:

Há que ter em conta que nem todos os pães são iguais e que são preferíveis aqueles que são feito à base de farinhas integrais ou misturas, tais como o de centeio, o de mistura, o de água, o da avó, o prokorn em detrimento do branco, do de leite, da regueifa, do de forma...
Devemos então optar por pães que são confeccionados com farinhas pouco refinadas, que os tornam mais pesados, ao invés dos que são confeccionados com farinhas muito refinadas, normalmente mais leve e fofos, mas mais pobres do ponto de vista nutricional.
O pão é um óptimo exemplo, de um dos alimentos de eleição que pode constituir um pequeno-almoço saudável e equilibrado, pois ajuda a regular a ingestão alimentar ao longo do dia através da saciedade que promove.
Como curiosidade, comer pão ajuda a melhorar o humor, já que estimula a produção de serotonina, a hormona responsável pela sensação de bem-estar.
De salientar que pessoas que sofrem de Doença Celíaca ou intolerância ao glúten não devem consumir pães de trigo e variantes (Triticale, espelta, kamut, etc), de aveia, de centeio e de cevada, pois todos estes possuem esta proteína.
Tal como dizia o Dr. Emídio Peres (Pai dos Nutricionistas Portugueses) - Pão, insubstituível mitigador da fome.

Artigo escrito para Funny Chefs




segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Spirulina


A Spirulina é uma alga verde e ficou conhecida devido às sua propriedades. Propriedades essas que conseguiam por exemplo, manter saudável uma tribo Africana bastante pobre e com poucos recursos alimentares. Isto porque, entre outras características, a alga era a principal fonte proteica desta tribo. Para além desta tribo Africana, também os Aztecas e os Maias a consumiam com frequência.
Este tipo de algas (cianobacterias) são conhecidas por viver em condições extremas e acredita-se que foram dos primeiros organismos a colonizar a terra e que permitiram a evolução de outras espécies, já que ajudaram na alteração da atmosfera terrestre de predominantemente rica em dióxido de carbono para rica em oxigénio.
Relativamente à sua constituição, é composta por proteínas (cerca de 70%), contendo 18 dos 22 aminoácidos, rica em ferro, zinco, selénio, potássio e cálcio. Relativamente a vitaminas é rica na B1, B2, B3, B6, B9, D, (pró)-vitamina A, C e E.
E quanto a benefícios?
Devido ao seu excelente perfil proteico deve ser consumida regularmente por desportistas;
Deve ser consumida em períodos de doença devido à sua capacidade de melhorar a função imunitária;
Promove a saúde das células e dos ossos;
O seu teor em vitaminas e ácidos gordos essenciais promove o equilíbrio do sistema nervoso, a capacidade de concentração e a memória;
Devido ao seu teor em cálcio, pode ser um óptimo substituto do leite e derivados.
A Spirulina é um dos alimentos que hoje é conhecido por Superalimento, termo este que descreve os alimentos que têm um elevado teor em fitonutrientes e que têm consequentemente elevados benefícios para a saúde.
A spirulina é comercializada em cápsulas e em pó e pode ser adicionada a sumos, água, iogurtes, etc 
O ideal é que não seja aquecida, de forma a manter as suas propriedades. 
É importante conhecer a empresa que a comercializa pois se  a spirulina for de origem duvidosa pode trazer mais malefícios do que benefícios, devido à capacidade que esta tem de incorporar metais pesados da água em que se encontra.

Individuos que possuem feniceltonúria não deve consumir spirulina já que é rica em fenilalanina. 
O mesmo acontece com indivíduos que tenham patologias auto-imunes, tais como a esclerose múltipla, artrite reumatóide e lúpus, pois pode influenciar negativamente o seu estado de saúde.

A spirulina pode interagir com outros suplementos e medicamentos por isso antes de a consumir é importante que consulte o seu nutricionista ou médico. 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Metabolismo - Breve esclarecimento


De uma forma genérica, o metabolismo (basal) é o processo pela qual o nosso corpo converte o que comemos em energia para desempenhar as suas funções vitais (por ex. respirar), de forma a sobreviver.
Cada indivíduo possui o seu próprio metabolismo, que é determinado pela sua genética, que pode variar conforme o seu nível de actividade física, peso, idade, sexo, perda e ganho de peso e algumas patologias. Apesar de este ser determinado pela genética, não quer dizer que não possa ser alterado. 

Passemos então à explicação:

Se compararmos o metabolismo a um forno, podemos dizer que quando o metabolismo é rápido, o forno queima o combustível (calorias, comidinha) mais rapidamente, enquanto que um metabolismo mais lento, necessita de muito menos combustível (calorias , comidinha) para manter o seu funcionamento. 
Para aumentarmos o nosso metabolismo devemos aumentar a nossa massa muscular, isto porque o músculo queima muito mais calorias por hora do que a gordura, significando assim que pessoas com uma maior percentagem de massa muscular precisam de mais calorias (comidinha) para manter o seu corpo em funcionamento comparativamente às pessoas que têm uma maior percentagem de gordura.
O nosso metabolismo tende a diminuir com a idade, cerca de 2 a 8 % em 10 anos, mas se o indivíduo fizer exercício e tiver uma boa percentagem de massa muscular isto não irá acontecer de forma tão acentuadamente.
Quando estamos perante um processo de emagrecimento, há consequentemente uma diminuição da ingestão calórica (menos comidinha) e com o passar do tempo, o organismo acomoda-se a esta diminuição, necessitando assim de menos energia para desempenhar as suas funções vitais, diminuindo assim o metabolismo. Daí ser extremamente importante que ao diminuir a ingestão haja um aumento da actividade física, de forma a que haja um maior gasto energético. Logo, dietas muito restritivas e hipocalóricas, que têm valores calóricos a baixo do nosso metabolismo basal, devem ser evitadas, pois promovem um baixo aporte de vitaminas e minerais e  levam à estagnação na perda de peso. É por isso que as perdas de peso devem ser graduais e não excessivas, de forma a ser possível continuar a manter a perda de peso (0,5 a 1 Kg de peso perdido por semana, é o ideal).
É também importante que não fique mais de 3 horas sem comer e que não salte refeições, pois tal como quando há uma excessiva diminuição da ingestão calórica, de forma inteligente, o nosso organismo para sobrevivermos e manter as suas funções vitais como poupador que é, assume que entra em “período de fome” e tende a “guardar” calorias/energia (para as funções vitais).
A rotina alimentar em termos de quantidade (e não variedade) também é muito importante. Comer todos os dias mais ou menos a mesma quantidade, vai fazer com que o seu organismo saiba o que recebe diariamente, podendo confiar em si.  Comer muito num dia e pouco no outro irá fazer com que não haja um padrão alimentar, podendo fazer com que o seu metabolismo fique mais lento (para além de que promove a gordurinha localizada).
Ter um aporte correcto de vitaminas e mineiras, pois estes estão envolvidos nos processos do seu organismo, logo são essenciais para que ele funcione bem. O mesmo acontece com a ingestão de água, já que é um dos principais constituintes do nosso organismo. Se ela não for suficiente, os processos no nosso corpo também estarão comprometidos e o nosso organismo não será tão eficiente.
As proteínas também têm um papel importante, pois também estão envolvidas na maioria dos processos, daí que ingerir só uma peça de fruta a meio da tarde pode não ser o ideal.
Aumente a sua actividade física, de forma a aumentar a sua massa muscular. Qualquer tipo de actividade física a mais no seu dia a dia conta, por isso toca a mexer!
Por último, há alguns estudos que demonstram o papel termogénico de alguns alimentos, como o gengibre, a pimenta caiena, o  chá verde, a canela, o guaraná (não é consensual para todos os indivíduos), logo incorpora-los na sua alimentação pode trazer beneficios extra.