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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Artigo IV

Ainda não tive acesso ao jornal da semana passada, mas fica aqui o artigo de Abril :


A ria e o mar à mesa 

Com uma costa como a nossa, com 1230 Kms de belas praias e falésias, não é de espantar que sejamos um dos Países da Europa com maior consumo de Peixe. Este para além de dar emprego e sustentar inúmeras famílias, alimenta de forma saudável outras tantas.
Para além de saboroso, o peixe é um alimento extraordinário do ponto de vista nutricional. Fornece-nos proteínas de óptima qualidade e minerais como o   iodo, o fósforo, o sódio, o potássio, o selénio e o ferro. Podendo também ser uma óptima fonte de cálcio, quando ingerido com a espinha.  Como fornecedor de vitaminas, é rico em vitaminas do complexo A, B, D e E. Possui também gordura, constituída por ácidos gordos polinsaturados da série ómega 3, nomeadamente o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahecaenóico (DHA), que pode variar com a espécie e com a época do ano. A denominação de peixe gordo, advém da quantidade presente desta gordura, no qual os mais ricos são a sardinha, o atum, o salmão, a cavala, o arenque, as anchovas, a enguia, a lampreia, o sável, a garoupa e a truta salmonada...
É importante reter que, apesar de ser desaconselhado o consumo de alimentos ricos em gordura, o caso do peixe é uma excepção, pois nem todas as gorduras são iguais e especificamente a do peixe é das melhores aliadas ao combate e à prevenção das doenças cardiovasculares. Tem também um papel importante no desenvolvimento e no bom funcionamento do cérebro, da retina, dos nervos e de todos os órgãos sensoriais, daí ser importante a presença frequente de peixe na nossa alimentação. Especificamente no caso da grávida e durante a amamentação, o consumo de peixe é também importante, de forma a que o feto e o bebé não tenham efeitos adversos no desenvolvimento cerebral e na função cognitiva, que está tão relacionada com o consumo de DHA.
Embora se saiba que a presença de metilmercúrio e de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) em alguns peixes possa provocar efeitos adversos na saúde, recentemente a investigadora Maria João Ramalhosa concluiu que o consumo de peixe da costa portuguesa é seguro, já que as concentrações de PAH são muito inferiores ao permitido.
A maioria dos investigadores da área argumenta que uma diminuição do consumo de peixe pelos factores acima mencionados, relativamente a risco-beneficio, poderá afectar o óptimo desenvolvimento neuronal e levar a graves défices nutricionais.
Desta forma, seja fresco, congelado ou de conserva, o importante é que esteja presente diariamente à nossa mesa e que se varie o mais possível em espécie de peixe e em método de confecção, onde o ideal é optar por métodos mais saudáveis como assar no forno ou na brasa (sem adição de gordura), grelhar, cozer, estufar ou em caldeirada. 
            Para terminar, cito José Bento dos Santos, engenheiro e consagrado gastrónomo que na TEDTalk O´Porto de Março do ano passado, não esteve para meias medidas e afirmou que Portugal tem o melhor peixe do Mundo! "