A ria e o mar à mesa
Com uma costa
como a nossa, com 1230 Kms de belas praias e falésias, não é de espantar que
sejamos um dos Países da Europa com maior consumo de Peixe. Este para além de
dar emprego e sustentar inúmeras famílias, alimenta de forma saudável outras
tantas.
Para além de
saboroso, o peixe é um alimento extraordinário do ponto de vista nutricional.
Fornece-nos proteínas de óptima qualidade e minerais como o iodo, o fósforo, o sódio, o potássio, o
selénio e o ferro. Podendo também ser uma óptima fonte de cálcio, quando
ingerido com a espinha. Como fornecedor
de vitaminas, é rico em vitaminas do complexo A, B, D e E. Possui também
gordura, constituída por ácidos gordos polinsaturados da série ómega 3,
nomeadamente o ácido eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahecaenóico (DHA),
que pode variar com a espécie e com a época do ano. A denominação de peixe
gordo, advém da quantidade presente desta gordura, no qual os mais ricos são a
sardinha, o atum, o salmão, a cavala, o arenque, as anchovas, a enguia, a
lampreia, o sável, a garoupa e a truta salmonada...
É importante
reter que, apesar de ser desaconselhado o consumo de alimentos ricos em
gordura, o caso do peixe é uma excepção, pois nem todas as gorduras são iguais
e especificamente a do peixe é das melhores aliadas ao combate e à prevenção
das doenças cardiovasculares. Tem também um papel importante no desenvolvimento
e no bom funcionamento do cérebro, da retina, dos nervos e de todos os órgãos
sensoriais, daí ser importante a presença frequente de peixe na nossa
alimentação. Especificamente no caso da grávida e durante a amamentação, o
consumo de peixe é também importante, de forma a que o feto e o bebé não tenham
efeitos adversos no desenvolvimento cerebral e na função cognitiva, que está tão
relacionada com o consumo de DHA.
Embora se
saiba que a presença de metilmercúrio e de hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (PAH) em alguns peixes possa provocar efeitos adversos na saúde,
recentemente a investigadora Maria João Ramalhosa concluiu que o consumo de
peixe da costa portuguesa é seguro, já que as concentrações de PAH são muito
inferiores ao permitido.
A maioria dos
investigadores da área argumenta que uma diminuição do consumo de peixe pelos
factores acima mencionados, relativamente a risco-beneficio, poderá afectar o
óptimo desenvolvimento neuronal e levar a graves défices nutricionais.
Desta forma, seja
fresco, congelado ou de conserva, o importante é que esteja presente
diariamente à nossa mesa e que se varie o mais possível em espécie de peixe e
em método de confecção, onde o ideal é optar por métodos mais saudáveis como
assar no forno ou na brasa (sem adição de gordura), grelhar, cozer, estufar ou
em caldeirada.
Para
terminar, cito José Bento dos Santos, engenheiro e consagrado gastrónomo que na TEDTalk O´Porto de Março do ano passado, não esteve para meias medidas e
afirmou que Portugal tem o melhor peixe do Mundo! "